Parte dos 6 mil médicos cubanos solicitados pelo Brasil
são formados na Escola Latinoamericana de Medicina.
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Segundo o diretor administrativo do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), João Gouveia, os representantes da categoria no Brasil já se posicionaram a favor da vinda desses novos profissionais, mas são contra a isenção do processo de convalidação do curso. “Trazer médicos de outros países sem atestar sua qualificação é submeter a população ao risco de ser atendido por pessoas de formação duvidosa”, alega Gouveia.
Os estudantes no exterior também apoiam o projeto do Ministério da Saúde, mas desaprovam a possibilidade da revalidação do diploma ser negligenciada. Felipe Sulger estuda medicina na Bolívia e acredita que há um preconceito por parte da mídia e do Conselho Regional dos Médicos do Brasil por perderem muitos alunos para os países vizinhos. Porém, Sulger admite que o curso no exterior apresenta falhas. “Estudo em um país de baixo nível acadêmico e recursos financeiros, então a questão a ser debatida é que tipo de profissional está sendo formado”, lamenta.
Para o ministro da Saúde, não há necessidade da validação do curso, pois esses reforços só poderão atuar em locais escolhidos pelo governo e pelo tempo máximo de três anos. A importação de médicos é considerada favorável pela facilidade com o idioma, a alta qualidade na formação e a crise econômica que as nações ibéricas estão enfrentando. Na Espanha, há cerca de 20 mil profissionais da área desempregados.
Em 2012, a prova de revalidação do curso de medicina reprovou mais de 90% dos estudantes, incluindo os candidatos dos países de onde serão importados novos profissionais.
Karine Dias
Karine Dias
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